RESUMO: O tema amor tem sido objeto de pesquisa em muitas publicações na área da psicologia. Empiricamente ou cientificamente, muitos tentam explicar este sentimento propriamente humano. Na psicanálise, o ideal amoroso é desconstruído por Freud e Lacan, que postulam o amor enquanto uma das formas de lidar com a falta. Neste estudo, pretendeu-se fornecer mais um lugar de escuta para mulheres de diferentes gerações, a fim de saber o que é o amor para elas e, pelas diferentes gerações, analisar como o tempo tem alterado as narrativas femininas sobre o amor. Para a coleta de dados foram ouvidas 18 mulheres entre 14 e 85 anos, por meio de entrevista episódica, analisando os dados a partir da análise de conteúdo no método de Bardin (2011). Após a análise, elencou-se os discursos em três grandes categorias: “completude”, “cuidado” e “cala-te Maria”. Os resultados revelaram que as mulheres de diferentes gerações, embasadas em sua história e subjetividade, sentem e expressam amor por meio de outros sentimentos ou atitudes e, principalmente, através do cuidado – apontando para o amor como sublimação da falta e utilizando do cuidar enquanto maneira de elaborar o próprio desamparo humano, inscrito no
sujeito que adentra o mundo da linguagem. As narrativas também evidenciam que fatores como o tempo e mudanças sociais influenciam e alteram a produção das narrativas sobre o amor.

Orientadora: Sandra C. M. Mosello