TCC On-line Historia - Bacharelado O MITO DO ETERNO RETORNO E A ESCATOLOGIA DE WILLIAM MILLER 1844

O MITO DO ETERNO RETORNO E A ESCATOLOGIA DE WILLIAM MILLER 1844

RESUMO: A presente pesquisa tem como objeto de estudo a concepção de tempo para o homem religioso nas religiões primitivas e ao longo da história. Desde os primórdios das sociedades, a experiência humana em relação ao tempo foi de estabelecer uma separação entre Tempo Sagrado e Tempo Profano. O Tempo Sagrado estava ligado as narrativas de origens cosmológicas dos mitos, enquanto o Profano as narrativas históricas. Desse modo, o Tempo Sagrado estabelece uma origem, um meio e um fim para a história. Porém, o fim do tempo ou da história seria uma volta aos primórdios das origens míticas, sendo uma concepção cíclica de tempo, o mito do eterno retorno. O estudo surgiu devido a constante busca por estabelecer uma data específica para o fim do mundo, pelas mais diversas teorias apocalípticas. Buscou-se entender que especialmente com o advento da cultura judaico-cristã, o homem se volta para a expectativa da chegado deste tempo final para a história, baseando-se em profecias e teorias fundamentadas nos textos bíblicos judaico-cristãos. Estas teorias se tornaram a base para pensamentos milenaristas ao longo dos séculos, como o Movimento Adventista estadunidense do século XIX que, liderados pelo pastor batista William Miller, previram que o mundo acabaria em 22 de outubro de 1844, com a volta de Jesus e o estabelecimento de um milênio de felicidades. Ao estabelecer um paralelo entre a crença em tempo cíclico e a escatologia judaico-cristã, nota-se a mesma busca por retornar a uma condição primordial de perfeição, a Idade de Ouro original.
Palavras chaves: Mito do eterno retorno, milenarismo, escatologia, William Miller.

ABSTRACT: The present research has as object of study the conception of time for the religious man in the primitive religions and throughout the history. From the dawn of society, the human experience of time has been to separate Holy Time from Profane Time. Sacred Time was linked to the narratives of cosmological origins of myths, while the Profane the historical narratives. In this way, Sacred Time establishes an origin, a means and an end to history. But the end of time or history would be a return to the beginnings of mythic origins, being a cyclical conception of time, the myth of eternal return. The study arose due to the constant search to set a specific date for the end of the world, by various apocalyptic theories. It was sought to understand that especially with the advent of Judeo-Christian culture, man turns to the expectation of the arrival of this final time in history, based on prophecies and theories grounded in Judeo-Christian biblical texts. These theories became the basis for millennial thoughts over the centuries, such as the 19th-century American Adventist Movement which, led by Baptist pastor William Miller, predicted that the world would end on October 22, 1844, with the return of Jesus and the establishment of a millennium of happiness. In establishing a parallel between belief in cyclical time and Judeo-Christian eschatology, the same quest is noted for returning to a primordial condition of perfection, the original Golden Age.
Keywords: Myth of eternal return, millenarianism, eschatology, William Miller.

Orientadora: Vera Irene Jurkevics

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