RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar os aspectos relativos à solidão e às afetividades de Carolina Maria de Jesus, em sua obra intitulada Quarto de Despejo: diário de uma favelada, publicada pela primeira vez no país em 1960. Como os processos de solidão e afetividade são relatadas por Carolina em seu diário, Quarto de Despejo, constitui o cerne da nossa pesquisa, e paralelamente a isso, discute-se o lugar das mulheres negras na vida intelectual e nas relações afetivas, as diversas formas de violências sociais e subjetivas as quais são submetidas na sociedade, bem como sua resistência e força. O diário de Carolina, além da riqueza do que é retratado acerca da realidade dos moradores das favelas à época, aparece também como fonte que nos ajuda a captar como uma mulher negra sobrevivendo nas condições precárias em que ela se achava experimentava suas emoções, expressava e internalizava sua afetividade e o amor. Para dialogar com a fonte e fundamentar a pesquisa monográfica serão utilizados os textos de Sandra Pesavento para historicizar os sentimentos e as subjetividades, assim como Angela de Castro Gomes nos possibilita analisar o diário em busca de perceber não necessariamente o que houve, mas como quem escreve observou, sentiu e vivenciou aquilo que diz ter acontecido. Além dos teóricos citados, outros pesquisadores ajudaram a formar as discussões sobre o objeto de pesquisa, de autores clássicos a pesquisas recentes acerca do tema como o conceito de Escrevivência cunhado por Conceição Evaristo e as discussões a respeito da solidão da mulher negra por Bruna Cassiano .
Palavras-chave: Afetividade, Solidão, Carolina Maria de Jesus, Diário.
Orientadora: Liz Andréa Dalfré